“Faz Bonito” - A campanha do Canva Brasil que furou a bolha
- Juliana Vicente de Souza

- há 2 dias
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O Canva, plataforma global de design que se tornou indispensável para empreendedores e criadores de conteúdo, decidiu investir em uma campanha ousada e divertida no Brasil: “Faz Bonito”. A ação teve como protagonistas duas figuras icônicas da cultura nacional: Xuxa Meneghel e Gracyanne Barbosa — e mostrou como qualquer pessoa pode transformar ideias em marcas e conteúdos profissionais usando a ferramenta. Mais do que uma campanha publicitária, foi um case de marketing digital que uniu humor, nostalgia e inovação tecnológica.

Xuxa - Só Para Adultinhos
Na primeira fase da campanha, o Canva apresentou Xuxa Meneghel com o projeto “Só Para Adultinhos”. A proposta foi brincar com sua imagem clássica de apresentadora infantil, que marcou profundamente uma geração — hoje composta, em grande parte, por adultos na faixa dos 30 anos. Para dialogar com esse público, foram criados produtos que refletem o cotidiano atual, mas carregam a nostalgia dos itens associados à Xuxa. O destaque ficou por conta da Airfryer da Xuxa, um objeto indispensável na rotina dessa geração, combinado à memória afetiva dos produtos que fizeram parte da infância de milhões de brasileiros. Essa escolha foi estratégica: Xuxa é capaz de despertar lembranças e emoções que ampliam o alcance da campanha e geram identificação imediata. Todos os elementos visuais e conceituais foram desenvolvidos com o apoio da inteligência artificial do Canva, reforçando o poder da plataforma em transformar ideias criativas em realidade.
Gracyanne Barbosa e os “Gracyovos”
A segunda fase foi ainda mais surpreendente. Gracyanne Barbosa anunciou nas redes sociais a criação da fictícia marca “Gracyovos”, ovos de luxo que rapidamente viralizaram. Toda a identidade visual, vídeos e materiais foram produzidos dentro do Canva, utilizando recursos como Mídia Mágica e Canva IA. O humor da proposta — vender ovos como produto premium — reforçou a mensagem central: qualquer ideia, por mais inusitada, pode ganhar vida com o Canva.
Para potencializar o alcance, o Canva contou com uma rede de influenciadores que receberam os “ovos” e ajudaram a espalhar a ação. Entre eles estavam ex-BBBs e criadores fitness, que dialogam diretamente com o público de Gracyanne, além de perfis de lifestyle e gastronomia que deram credibilidade à narrativa. Essa estratégia de influenciadores foi coordenada pela agência MField, garantindo diversidade de vozes e formatos de conteúdo. O resultado foi uma onda de publicações que ampliou a curiosidade e o engajamento orgânico, levando o tema para além das redes sociais.
Bastidores e execução
Um ponto relevante é que a campanha foi criada internamente pelo time do Canva Brasil, sem agência de publicidade tradicional. Cerca de dez profissionais estiveram envolvidos na concepção, com apoio da agência de influenciadores MField e da produtora Asteroide Films. Essa decisão deu agilidade e autenticidade ao projeto, além de reforçar o compromisso da marca em investir em narrativas locais.
Da internet para a televisão
O sucesso foi tão grande que a campanha transbordou do digital para a mídia tradicional. As ações com Xuxa e Gracyanne renderam matérias em telejornais e programas de entretenimento, ampliando ainda mais o alcance da iniciativa. Essa transição é um marco importante: quando uma campanha digital conquista espaço na TV, significa que ela ultrapassou a bolha das redes sociais e se tornou parte da conversa nacional. Para o Canva, isso representou não apenas visibilidade, mas também credibilidade junto a públicos que ainda consomem informação majoritariamente pela televisão.
A campanha “Faz Bonito” é um exemplo de como celebridades, cultura local e humor inteligente podem transformar uma ação publicitária em fenômeno cultural. Ao unir Xuxa e Gracyanne Barbosa em narrativas inesperadas, o Canva conseguiu se posicionar como parte da conversa nacional e reforçar sua relevância no mercado brasileiro. Mais do que vender um produto, a marca mostrou que criatividade é para todos — e que qualquer ideia pode, sim, “fazer bonito”.

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